EDITORIAL - VIGÉSIMA SÉTIMA EDIÇÃO!

Aos homens foi dado pela Natureza o poder de controlar suas ações, mas com frequência falham e deixam suas vontades mais torpes materializarem-se no mundo, contudo, o mundo dos homens os oprime com normas, não podem, pois, os verdadeiros seres livres exercer na realidade toda a sua potência, necessitam canalizá-la sob a forma duma técnica sexual meticulosamente trabalhado para dar à vítima a fantasia do consentimento quando ela está sendo estuprado, a outros resta somente deixar seu prazer esvair-se sobre as penas dum beija-flor decapitado cuja beleza mimetiza a daquela mulher sublime que se não fosse protegida pelos desígnios secretos dos deuses e pelos pelos pensamentos de alguns seria estuprada até sua vagina tornar-se areia. Há ainda quem com nada disso se preocupe e que encontra em si mesmo o prazer terreno: a visão do próprio cu no espelho.

A Hot versa sobre esses temas e neles cai para não mais sair, salvo no dia da gozada final que a todos atingirá como porra nas fuças duma boqueteira.

CONFISSÕES DE UM COSMOPOLITA I


Andava apressado. Caminhando abruptamente. Espalhando o sol da cara, para não queimar o que sobrara para queimar no inferno. Andava. Redomas de cetim mui elaborados caíam sobre a tarde de fim de verão. E um friozinho, desses de dar pequenos tremiliques nas pernas, dava o ar da graça. Ar esse que eu respirava e não obstante, ela também sugava. E era uma estátua grega estonteante. E meus olhos, corrompidos pelos desejos carnais e infames do mundo, queriam devorá-la. Isso não seria o grande problema. Os desejos são parte da nossa natureza humana. Mas meu desejo era mais problemático do que o comum. Embora possa supor que ele concretize-se comumentemente nas mentes de muitos homens. Eu queria devorá-la com violência. Uma vontade espontânea de usufruir de um falso poder ancestral. De dizer, tu és minha, e “pá”. Derrubá-la, arrancar partes de sua roupa e penetrá-la com a fúria descontrolada e sem propósitos. Só assim gozaria sobre aquele corpo de curvas, que embutidas em minha imaginação, dariam-me prazer.

CUZINHO


Era uma noite chuvosa de angústia. O espírito do demônio pairava sobre o asfalto. Enquanto isso, uma jovem ninfeta encontra-se perdida em seus devaneios: “O delicioso cuzinho dessa negra gostosa que esta no espelho. Tento lambê-lo e acabo sempre me beijando na boca! Olhar para o espelho enquanto estou de quatro, com a bundinha virada para ele e separando minhas nádegas com as mãos, tudo para ver o meu cuzinho. Este é meu ritual. Fico olhando para meu cuzinho e desejando enfiar meu braço inteiro dentro dele. Só assim consigo ficar com tesão o bastante para voltar pro bar e seduzir outro dinheiro. Faz uma semana que completei 16 anos e já gastei tudo que ganhei, se eu tivesse poupado poderia estar cheirando ao invés de engolindo a porra desses velhos.
 

UM ESTUPRO CONSENTIDO



A primeira vez que a vi foi em sala de aula, algo sobre cálculo diferencial ou outro assunto qualquer tão simples e enfadonho que me parecia mais atrativo ficar jogando xadrez no celular. Ela usava um daqueles vestidos longos com um decote recatado, era branco e delineava bem a cintura, que tinha algo um tanto peculiar, um volume desagradável que destoava da simetria do rosto, um pouco envelhecido, mas com uma jovialidade incomum. Os cabelos eram completamente negros, da mesma cor dos detalhes que manchavam aqui e lá a roupa para mim provocante. Esses vestidos sempre deixam exalar da mulher alguma sensualidade reprimida, mesmo que não haja muita para exprimir, caem sobre as formas e as tornam harmônicas mesmo que a beleza não seja o atributo mais cultivada na mulher. Dos olhos, pude notar um leve estrabismo convergente, que em nada a tornava feia, pelo contrário: despertava certo ar paternal e lascivo, alguma vontade de Lolita bem lá no fundo trancafiada.

Por alguma razão, eu sabia que iria tê-la. E sempre era assim, sempre foi, toda boa mulher que se ia no meu caminho, logo eu olhava e pensava: eu vou tê-la. Eram para mim uns objetos, colecioná-las era minha alegria, de cada uma, uma foto, um vídeo. Usava-as para me masturbar e para lembrar-me daqueles corpos. Das personalidades, pouco me recordava, realmente, até dos piores momentos não tinha lá lembranças muito fortes, e quando as reencontrava não sabia muito o que falar. No início, sim, tudo era bem diferente, a vontade de domá-las atiçava com ferocidade meus atributos humanos, e palavra alguma deixava de sair sem antes ser precedida por um sorriso senão sincero, ao menos bem direcionado.