EDITORIAL - DÉCIMA QUINTA EDIÇÃO

Os pilares que sustentam seu teto podem parecer sólidos... Mas e por dentro? Já deu uma olhada? Nem perca tempo! Vá ao banheiro e trepe com a primeira coisa que encontrar, meta sem dó; só o prazer lhe aguarda. Se preferir outros métodos, mais ortodoxos, use a mão: só vantagem, sem transtornos. E se no meio de todo esse mar de sêmen você decidir por mais uma, acesse a internet, se o acesso for negado, no problem! Corda no pescoço; morra de pau duro. Não importa o que você pense, somente lembre-se: o gato preto morreu na estrada; brainstom! Faça uma poesia para ele e qualquer outra coisa que lhe venha à cabeça, ambas.

BELO PILAR - PARTE I


- Absurdo! Absurdo! Um filho meu mergulhado na volúpia meretrícia de uma casa de buslescos lascivos!

A pele flácida solta sobre os ossos acompanhava em harmonia os movimentos frenéticos de um dedo indicador gordo e acusador. Tão logo movia o digito, vinha-lo logo atrás os nacos suspensos de pela gordurosa.  À esquerda, em seguida a carne mole.

ACESSO NEGADO


Aquele foi um dia trágico. Lembro-me como se fosse hoje. Naquela universidade meu jovem amigo John suicidou-se. Sabia que ele um dia iria tirar a própria vida. Tinha tudo planejado. Disse-me ele que iria sucumbir fazendo um test-drive em alguma moto super-potente ou algum carro estilizado.  Seu plano consistia em um acidente. Entrar debaixo de um caminhão. Seria assim com adrenalina e felicidade. Isso eu podia entender.

Mas a cena que vi não foi esta. Era medíocre. Deprimente.

TRIÁLOGO


Saudações a você, meu caro leitor. Sim, eu, o autor desta sequência de letras que formam palavras que te remetem a diferentes conceitos, está falando diretamente com você.
É uma pena que não possa interagir, mas não me culpe se prefere a solidão deste texto à companhia de seus amigos.

MÃO


Realmente minha mediocridade beira à loucura. Dessa vez perdi tempo tentando “infiltrar-me” num “novo” grupo social. Como sempre, consegui fingir o mínimo de humanidade para ser aceito. Fiz brincadeiras, não exige um só ponto de QI dos elementos do conjunto, por fim flertei com uma menininha e terminei tirando a virgindade dela. Resultado de tudo isso: um lençol manchado de sangue que tive de jogar fora. Procurei a garota por mais dois dias, mas ela parecia distante demais. Ela e uma amiga gorda (o par clássico) ficavam o tempo todo usando eufemismos baratos e ironias chulas enquanto eu falava.

MAIS UM PORRE... E UMA FALSA POESIA


A lagartixa subia a parede naquele muquifo imundo. Eu acordava de ressaca. E queria vomitar. E vomitei enquanto tomava banho. E voltei pra cama tropeçando. E o mundo girava. As coisas são sempre assim.

Tudo que eu queria era água. E aquela bunda da noite anterior. Bela bunda. E a água estava longe e a bunda também.

SEM TÍTULO

 

Entre fungos e bactérias que habitam minhas artérias.
Jaz um pobre coração perdido num mundo de ilusão.
Alucinado com o nascer de cada novo dia...
Em segredo ora por tempos de harmonia.

                Tratando-se de verso e não prosa...
                Alucinado.
                O que você faria enquanto alucinado estaria?
                Se já sabe sua resposta espero que ela não seja uma bosta.