EDITORIAL - VIGÉSIMA OITAVA EDIÇÃO!
Todo ser vivo quer, em primeiro lugar, sobreviver. O resto é adereço. Ornamentação inventada. Desejos de egos inflados. Não aceitação da sua natural condição: Insignificância. Ostentando poderes, credos, torres, amores , angústias, esquece-se de que é mero acaso. Que no fim, nada possui significado. Não existe planos perfeitos nem aqui, nem depois. Somos obra do aleatório, e não servimos à nada, à ninguém, nem para nada, nem para qualquer coisa.
Mas, esquecer é o nosso remédio. Nos deleitamos da forma que der e vier. Ah, e não esqueceremos aqui do amor. Sim. Que faz indivíduos terem esperança de sobreviver. Moribundos sobrevivem porque amam e só. Esquecem da primeira regra, sobreviver é apenas sobreviver. E assim seguem, realizando-se ou não. Correndo atrás de suas paixões, com buques de flores se despedaçando, ao som de porta fechadas. Ou ainda, introduzindo-se sem consentimento em orifícios já desfalecidos, sem vida. Inventando em suas cabeças um falso amor recíproco.
O que será desses quando descobrirem a sua verdade metafisica, quando perceberem que são traços mal-acabados, sem objetivos, rascunhados em universo que em si mesmo é o nada e o não significado?
Não prossiga. Os dias são sempre iguais. Masturbe-se, numa tentativa torpe de desmantelar-se e virar um gozo sem esperança, um eco orgasmático se desmantelando no espaço sem fim.
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