Eles nasciam dentro de cápsulas gelatinosas. Saindo melosos.
Melados. E cheiravam um cheiro adocicado. Não possuíam membros
inferiores. E algo parecido com um pênis brotava de algo que parecia
ser a barriga. Nas costas ( o ou no lugar contrário da onde surgia o
pênis) surgia um buraco profundo.
Suas cores variavam
entre verde e laranja. E todo seu habitat se enunciava pintado na variação
dessas cores. A presença dessas duas cores refletia significados
essenciais para mais coisas descobrir sobre aqueles seres. Era isso que eu pensava.
Verde é uma cor
primária. Laranja, uma secundária. A mistura das duas revela-se em
tons amarronzados e/ou amarelados. No entanto, nem sempre predomina o
uso dessas cores de forma original. Há presença de verde e laranja
mais brilhantes, e o verde apresenta-se, as vezes, na sua impactante
natureza: Verde-limão.
Mas esse texto não irá falar do habitat desses estranhos seres. Há
algo mais importante a ser explorado em
pseudo-pesquisas-antrobiológicas: O sexo.
Sim, fator que
determina importante características emocionais, psicológicas e
físicas dos seres de determinado ambiente. É só olharmos nossa
própria sociedade
O sexo pode ser formador de caráter. E pode ser um formador maligno
ou benigno. Mas também não é exatamente isso o assunto a tratar.
Segure-se
Olhando os seres em questão, percebe-se que não há diferença sexual.
Todos possuem os mesmo órgão. Não é possível determinar se há
macho e fêmea. Talvez porque essa classificação esteja
ultrapassada. Prossigamos. Embora duas cores sejam abundantes e
fortes, não indicam nada. Acho que pensei errado.
Durante a cópula três seres juntam-se. Enfiam-se nos buracos um dos
outros, formando uma espécie de triângulo. Com seus membros
superiores, esses eles possuem, seguram seus órgãos (os que parecem
pênis) e batem um no órgão do outro. Do meio desa dança sexual
surge outro ser que logo sai e vai a procura de outros seres.
Observando um ser, entendemos que não há eternidade em suas
relações. A única regra é o novo ser, que tem que sair a procura
de mais dois. Fora isso, acaba a suruba, faz-se o que quer com outros
ou com os mesmos.
Aparentemente esse comportamento parece ser insano. Mas na prática
parece funcionar muito bem. Os seres saem extasiados do ato sexual. E
logo partem para a comilança. Alimentam-se, eis um outro
fato, aparentemente, perturbador, de seres já mortos. Que geralmente
morrem durante uma das suas danças surubáticas.
As observações que faço em minha mente sugerem que esse modo de
vida poderia ser aplicado à nossa civilização. Surubas eternas.
Despego emocional. Um lugar onde encontra-se no outro o que o outro é,
deixando de entendê-lo como uma extensão do seu próprio eu. Não há
propriedade privada no corpo e no sexo, ou não deveria haver.
Levanto-me agora embriagado, deixando os seres verde-laranjas em paz,
e vou bebendo para o puteiro. A coerência nunca me pertenceu.
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