EDITORIAL - QUINTA EDIÇÃO!


Nesta quinta edição a Hot expressa-se de forma variada. A poesia entra pela primeira vez nestas páginas depravadas com  "Punhesia Solipsista" em sua totalidade. No conto “Cereais” ela aparece fazendo uma pequena ponta musical. E no conto “Alice no País da Perversão” também se visualiza a poesia imoral.

O misterioso protagonista do conto Apocalíptico deixa sua essência sombria nos seus primeiros aparecimentos nas profundezas da Hot.

Os contos “Simplesmente Maçã” , “Cereais” e “ A Feliz Morte da Queixa no Vaso Azul” mostram as diferentes (ou não) atitudes extremas nos relacionamentos problemáticos.

O conto Alice no País da Perversão vem trazendo o nonsense para dentro da hot, parodiando de forma depravada uma outra história por nós já conhecida.

CEREAIS


Seria bom chegar em casa depois de um dia difícil no trabalho e não ter de ouvir a voz insuportável da minha mulher. Eu deveria ter deixado ela no altar e ter fugido com aquela prostituta de beira de estrada que os meus amigos conseguiram pra minha despedida de solteiro, mas não, eu queria conservar minha palavra, manter minha honra.
     
Atualmente eu me pergunto: por que eu li toda aquela besteira sobre samurais? Acho que foi essa baboseira que fez com que eu ficasse com tanto receio de me mandar; hoje eu poderia estar em alguma praia da Bahia tomando água-de-coco, ou talvez em algum cemitério pra indigentes, afinal de contas, nunca se sabe quando uma prostituta está preste a te levar pra uma armadilha. Talvez isso tenha sido paranóia minha, sei lá, mas agora não importa mais.
     
Droga! Eu tenho um problema muito grave aqui, tu não percebe?

ALICE NO PAÍS DA PERVERSÃO - PARTE I - FALO DE ASAS


Então a menina parou e diante dela abriu-se um buraco gigante. Um buraco preto e com pêlos que a sugou num instante. Caindo ela observava o mundo estranho em que se precipitava. De repente a queda cessou. E subitamente ela parou. Seus pés dançavam no nada. A sua frente uma gaiola enferrujada. Onde uma coisa estranha  assobiava uma canção medonha.
            
O animal em questão tinha asas. Coloridas eram essas asas. Seu corpo parecia um pênis enrugado.  Muito, mais muito bem circuncidado. Com um grande saco. Um sombreiro vermelho. E um cacho de pentelhos.
            
O suposto Pênis de asa a olhou. Ah! Ele tinha um olho enorme e gordo. E disse-lhe:

APOCALÍPTICO - CAPÍTULO I - DEUSA DAS ÁGUAS


Parte 1

A noite já havia acabado para mim (as noites acabam cedo no inverno e era provavelmente a noite mais fria do ano), até vê-lo entrando na taberna, alto e magro, tão magro que parecia ser mais alto ainda... Veio sozinho e tinha um caminhar elegante, sem dúvida chamou a atenção de todas nós.

Seus longos cabelos brancos tapavam parte de seu rosto, mas enquanto caminhava até o balcão, por um momento me olhou, olhei dentro de seus olhos e foi como avistar as profundezas do inferno, eu não entendi o que vi, mas um calor enorme percorreu meu corpo e me senti atraída por ele. Caminhei em sua direção por impulso, como se uma força magnética me atraísse.

Enquanto caminhava até ele notei que pediu uma dose de whisky sem gelo e ajeitou seu longo capote para sentar-se em um dos bancos frente ao balcão, sentei ao seu lado, não entendia porque estava tão nervosa.

- Olá.

SIMPLESMENTE MAÇÃS


Rijo, mas suave. Posso prender com somente uma mão.  Dá-me prazer, alegria. Há em toda parte. Estou me deliciando nesse momento, a sensação é suprema. Inicialmente acaricio meu objeto de desejo. Delicadamente coloco-o em minha boca. Dou uma mordidinha suave, somente para sentir o sabor. Foge às palavras o êxtase que sinto mesmo antes de começar. 

NÃO POSSO MAIS SUPORTAR! É AGORA! AH!


A FELIZ MORTE DA GUEIXA NO VASO AZUL


Em certo reino distante do oriente. Shun Law, um humilde camponês, acolhera em sua casa um Samurai. Encontrou-o ferido enquando voltava de sua ida à cidade. Recolhera o guerreiro e o colocara na sua carroça, deixando-o aos cuidados da mulher.

Ela preparava unguentos para cobrir as feridas do homem, e enquanto o fazia, sentia um arrepio subir pelas pernas.

O samurai desconhecido, ali a sua frente despertava uma estranha sensação. O marido, coitado, já velho e gordo, não supria as necessidades sexuais dela. O momento era perfeito, o homem belo e jovem vulnerável a sua frente e o marido no campo, lavorando. Era tudo que ela necessitava. Começou a acariciar o jovem. Este ainda meio sonolento, porém sentia os toques femininos.

PUNHESIA SOLIPSISTA



A Poesia

A Punhesia

A Punheta

E a Ásia

O trago fino

Cachaça Barata