EDITORIAL DE NATAL - DÉCIMA SEGUNDA EDIÇÃO (ESPECIAL DE NATAL)

Hou! Hou! Hou!

Dezembro, mês tão lindo. Natal. Ano novo. Abraços. Troca de presentes. Falsas esperanças. Sinceramente, sabemos que não é bom generalizar, mas este espírito de boas festas fede à hipocrisia.

A Hot vem mais uma vez regurgitar a podridão e a perversão humana. Nossos pequenos estão perdendo a inocência cada vez mais cedo. Um problema?! Não. Apenas devemos aprender a lidar com isso. E ter cuidado com os santos homens, com os bons velhinhos e com as ninfetinhas. Eles estão por ai.

Bom, mas no final é aquela mesma coisa... uma suruba universal. Um gozo intergalático.

ps: A equipe Hot Fritola pessoalmente não tem nada contra as ninfetinhas.

NOITE DE NATAL


- Mamãe.

- O quê?

- Papai Noel existe?

Estavam todos em volta de um pinheiro artificial coberto por plástico colorido e luzes espalhafatosas. Tinha ali também um presépio, era mais uma família-cristã-brasileira-padrão. Um garotinho com olhar ladino mordia um pirulito de caramelo, ao invés de lamber. Já estava todo melado.

- Todas as crianças ganham presentes?

- Não, meu filho, as malvadas não ganham.

- E quem não é cristão, ganha?

- Como?

- É... Eu li que o Papai Noel é na verdade um santo católico chamado São Nicolau, e que ele nem usa vermelho, e sim verde, e que essa coisa de vermelho é por causa de um desenho de um homem chamado Nast, e que a Coca-Cola foi a responsável por espalhar pelo mundo a imagem do Papai Noel vermelho.

UM PRESENTE PARA O PAPAI NOEL


O que ele queria era estar dormindo numa rede em alguma ilha paradisíaca, tomando algum drink alcoólico e tradicional. Sendo paparicado por lindas nativas. Mas não podia. Estava no lugar mais frio. Preparando-se para distorcer o tempo e espaço e satisfazer em poucas horas os desejos das crianças do mundo todo. Mas especificadamente daquelas que podiam pagar.
Por sorte, certos lugares do mundo ele nem colocava os pés.

A correria era intensa no galpão de estoque de inutilidades. Os pequenos homenzinhos verdes corriam de um lado para outro. Organizando. Conferindo. Ele se vestia apressadamente. Acabara de dar “uma” com uma das ajudantezinhas.  Estaria ferrado se sua velha soubesse. As renas iam sendo preparadas. O pequeno “cavalariço” era calmo e pratico.

Tudo ia saindo como planejado. Fechou a fivela do cinto.  Estava pronto. A hora se aproximava.

FELIZ NATAL


É a noite de 24 de dezembro. Um garoto de rua corre na direção do Papai Noel, ele o viu caminhando a sua frente e corre para encontrá-lo, mesmo sabendo que era alguém fantasiado, o encanto da noite de natal o faz correr muito para ter a chance de ver um Papai Noel naquela noite. 

- Papai Noel! Papai Noel!

A RAINHA INTERGALÁTICA - PARTE FINAL


Ele sabia que deveria encontrá-la. Ambos foram concebidos pelo cosmos para terminar juntos em uma noite de comunhão carnal regada a sêmen e líquidos vaginais. A energia do cosmos existia tão somente para permitir a união entre seus corpos. Nem as limitações do tempo-espaço poderiam conter o encontro do universo, nem deus, nem ciência, nada poderia impedir a copulação final, pelo contrário, ambos dariam as mãos e juntos, como nunca estiveram, observariam suas leis sendo jogados ao vento cósmico, e depois sendo pisoteadas pela terra de mil planetas. 

Sem pensar, o magnata do petróleo entrou em sua nau-capitania estelar e singrou até a sede do poder intergaláctico, sem se importar com os protestos dos asseclas da rainha adentrou rumo ao salão real onde acontecia o massacre. Lá chega em 10E-15 segundos, mais rápido que uma partícula subatômica em seu caminho tão aleatório quanto à vida, mas rápido que a existência da humanidade na imensidão do cosmos, mais rápido que o tempo que os Homo no sapiens levou para destruir a Natureza a ele presenteada pelas grandes forças da existência.

O RENASCIMENTO DA PERVERSÃO


A pequena cidade passava por alguns tormentos. Mulheres mortas e estupradas. Jovens degolados e deflorados. Cabeças de porcos espalhados pelos portões floridos.

As autoridades estavam transtornadas. Não sabiam o que fazer. Que explicação dar.

Então o grande e gordo senhor Quincas convocou uma reunião. Tinha algo a declarar. Todos sabiam que quando ele convocava uma reunião ia dizer besteiras. Na verdade ele dizia eram verdades que ninguém queria saber.

Mandou uma carta até para o arcebispo, mas ele, como esperado, mandou um representante: o padre. Na hora marcada. Estavam lá as autoridades e curiosos.

Quincas apareceu. Com uma garrafa de vinho na mão. A camisa aberta no peito peludo. A barriga estourando. De cueca samba-canção.

Pigarreou e chamou outro a sua companhia. Grison. Um homem alto. Magérrimo. Vestindo um ilustríssimo terno negro. Um nariz pontudo que parecia lhe esconder os lábios finos. E prosseguiu:

JINGLE BELLS


 Hoje é dia 23 de dezembro, amanhã é véspera de natal, mas hoje todos ainda estão trabalhando, noto que a cidade está muito movimentada enquanto estou voltando para casa.
        
Meu patrão é um bom cristão. Ele não nos paga hora extra, mas deixou sairmos duas horas mais cedo no dia 23 de dezembro.
                
Ao chegar em casa não tenho outra escolha, antes mesmo do banho vou até a geladeira para beber a água que estiver na garrafa pet mais gelada que encontrar. Woww... Qual foi a minha feliz surpresa ao encontrar um latão de cerveja gelada esperando por mim?