O RENASCIMENTO DA PERVERSÃO


A pequena cidade passava por alguns tormentos. Mulheres mortas e estupradas. Jovens degolados e deflorados. Cabeças de porcos espalhados pelos portões floridos.

As autoridades estavam transtornadas. Não sabiam o que fazer. Que explicação dar.

Então o grande e gordo senhor Quincas convocou uma reunião. Tinha algo a declarar. Todos sabiam que quando ele convocava uma reunião ia dizer besteiras. Na verdade ele dizia eram verdades que ninguém queria saber.

Mandou uma carta até para o arcebispo, mas ele, como esperado, mandou um representante: o padre. Na hora marcada. Estavam lá as autoridades e curiosos.

Quincas apareceu. Com uma garrafa de vinho na mão. A camisa aberta no peito peludo. A barriga estourando. De cueca samba-canção.

Pigarreou e chamou outro a sua companhia. Grison. Um homem alto. Magérrimo. Vestindo um ilustríssimo terno negro. Um nariz pontudo que parecia lhe esconder os lábios finos. E prosseguiu:


- Tristes homens e mulheres. Não sabem de sua condição. Bebam do meu vinho ...

Entrou então uma jovem e linda mulher nua, encarregou-se de servir vinho a todos.

- Pronto, agora que estão servidos, continuarei. Nossa cidade enlouqueceu. Temo pelos nossos pupilos. Temo pelo nosso futuro. Na verdade temia. Caro Grison veio me explicar o que está acontecendo... E eu... Eu compreendi.

Enquanto falava, mais uma mulher entrou na sala. Uma gorda. Vestia uma pequena saia que nada escondia e dançava derramando vinho sobre os enormes peitos que caiam até a cintura.

- A vida há muito tempo está mudando. A inocência é passado. A morte é salvação. Tudo que pode se fazer é beber vinho e divertir-se. Libertar seus desejos mais profanos.

Grison então tomou a palavra:

- Isso. Sábias palavras, caro amigo...

A gorda então baixava as calças de Quincas e chupava seu pau. Grisou seguia:

- Todos aqui neste lugar escondemos nossos desejos mais irracionais. Escondemos atrás de falsas convicções morais. De batinas. De famílias. De amores...

Chup... chup... tec... tec... tec... prosseguia a gorda.

- AAAAhhhh... uhhhhh ... - gemia Quincas.

Todos pareciam apavorados. Não compreendiam direito os discursos e nem as cenas.

- Olha. Por exemplo, o padre todos sabemos que tem uma tara pelo açougueiro. Compra carne todo dia e sai feliz do açougue. Mesmo o médico tendo proibido-o de por um naco de carne na boca. - Bradou Grison.

- Ohhhh...todos exclamavam.

Chup... chup... tec... tec... tec... prosseguia a gorda.

- AAAAhhhh...uhhhhh ... - gemia Quincas.

O açougueiro aproximou-se do padre. Os olhares chamuscaram.  Um beijo grudento de língua.

Dona Ana saía correndo pra casa. Mas logo voltava. Trazia o marido com uma corda amarrada no pescoço. Chegando lá obrigou-o a lamber os pés de todos presentes. Enquanto ela se masturbava com uma espiga de milho.

- Aaa... isso... assim... - extasiava-se Dona Ana.

Grison  traçava a menina que servia vinho.  Comia-a em cima da mesa.

A orgia estava feita. A cidade se tornará o que era. E o povo se tornará o que era.

Chup... chup... tec... tec... tec... prosseguia a gorda.

- AAAAhhhh... uhhhhh ... - gemia Quincas.

- A..a...aaaaaaaaa.....Ohhhh...!!!!!!!!!!!!!! - todos exclamavam.

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