A RAINHA INTERGALÁTICA - PARTE FINAL


Ele sabia que deveria encontrá-la. Ambos foram concebidos pelo cosmos para terminar juntos em uma noite de comunhão carnal regada a sêmen e líquidos vaginais. A energia do cosmos existia tão somente para permitir a união entre seus corpos. Nem as limitações do tempo-espaço poderiam conter o encontro do universo, nem deus, nem ciência, nada poderia impedir a copulação final, pelo contrário, ambos dariam as mãos e juntos, como nunca estiveram, observariam suas leis sendo jogados ao vento cósmico, e depois sendo pisoteadas pela terra de mil planetas. 

Sem pensar, o magnata do petróleo entrou em sua nau-capitania estelar e singrou até a sede do poder intergaláctico, sem se importar com os protestos dos asseclas da rainha adentrou rumo ao salão real onde acontecia o massacre. Lá chega em 10E-15 segundos, mais rápido que uma partícula subatômica em seu caminho tão aleatório quanto à vida, mas rápido que a existência da humanidade na imensidão do cosmos, mais rápido que o tempo que os Homo no sapiens levou para destruir a Natureza a ele presenteada pelas grandes forças da existência.

Brincava ela ainda com seu serrote de luz, fatiava com alegria e só não se banhava de sangue porque o serrote de luz cauterizava toda a carne separada molécula a molécula do ser antes humanoide. A mão livre abusando a vagina... O pensamento só... Querendo alguém para penetrá-la, mas no fundo alguém também para amá-la. “Porque estou só”, murmurou consigo mesma, ao menos era o que pensava. Ao fundo uma voz salvadora e tomada de paixão: “não estas mais só, tenho tudo o que precisa”. 

Emboscada, logo se virou. Eis que vê um falo másculo, forte, pulsante, tomado em nervos, ansioso pela estocada do prazer, sendo seguro por uma mão grande, mas delicada. Somente depois de longa contemplação percebe que junto ao falo há também um homem. Rosto suado, sobrancelhas curvadas, respiração ofegante. Olham-se demoradamente, todos ao redor em choque, nenhuma só palavra. 

O silêncio eterno permanece. Eterno como o giro dos planetas em torno de um ente mais poderoso, eterno como a falha busca humana pela paz. Sem mais palavras ambos fundem-se em um só corpo. Friccionam-se com prazer. Suor com suor. Pela com pele. Cabelos, braços, pernas, órgão genitais, tudo se torna uno. 

Refestelam-se com júbilo em suas depravações adormecidas. Deixam vir aos olhos do universo àquilo que em suas mentes mantiveram escravos por incontáveis anos espaciais. Não mais em agonia consigo mesmos, felizes em seu cásulo de luxúria consomem e concentram toda a energia disponível no cosmos. A entropia entra em colapso. O tudo renasce imerso do infinito do nada, a realidade é parida do gozo divino dos amantes, da última transa do universo. Do amor final.

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