Henry era um cara estranho. Fotógrafo de modelos. Belas modelos. De
aparência desleixada, mas proposital. Fotografava-as bebendo whisky. Nenhum
produtor, dono de revista, agenciador reclamava. Muito menos as modelos.
Ele era bom. Talvez o melhor. Em todos os aspectos. Mas era um tanto
quanto excêntrico. As modelas caíam de amores por ele. Ele as leva para casa.
Henry morava numa casa não muito grande. Dois andares. Peças pequenas. Seu
quarto em cima.
Lá habitava o segredo. Henry tornava-se uma mulher. Ainda com formas
de homem. Mas com desejos femininos. Não exatamente sexuais, na prática. Henry
apenas gostava de simular e fantasiar.
Lisy, uma das suas últimas vítimas, presenciou a seguinte cena: Henry.
Após virá-la e revirá-la do avesso. Parou e disse que ela devia gozar na boca
dele. Apesar de ela já ter tido vários orgasmos. Ela não entendeu muito bem o
que ele queria. Mas ele já tinha tudo preparado.
Chegou até suas belas pernas. E chupou-a. Ela se contorcia. De repente
ele pediu:
- Me chama de vadia e diz que quer gozar na minha cara.
Lisy ainda que a contragosto. Não entendendo nada. Mas em euforia
orgasmática. Fez. Gritou com sua voz
aveludada:
- Vadia. Quero gozar na tua cara!!!
Ele olhou satisfeito para ela. Bate na minha cara. Ela obedeceu.
Depois voltou ao trabalho. Com habilidade já há muito adquirida. Puxou alguma
engenhoca. Disparando em seu rosto e lábios. Algo branco. Provavelmente leite
condensado.
Olhou para Lisy. Agora lambia os lábios. Sensualmente. Talvez mais feminino e sexy que
muita mulher. Lisy achou estranho. Mas nada falou. Toda a transa compensava o
fetiche de Henry.
Quando Lisy achou que ia parar por ai. Ele sumiu. Quando voltou de
trás de um biombo. Vestia um corpete. Cinta liga. Meia arrastão. Um Jazz
tocava ao fundo. Henry tirava peça por peça. Digno de ser quase comparado a uma
Dita Von Teese.
Lisy cada vez mais estranhava. Mas continuou ali parada. Esperando
para ver o que acontecia. Até duvidou da masculinidade de Henry. Após despir-se
por completo. Ele mudou o semblante. De feminino à animalesco. Pulou sobre ela.
Virou-a de bruços e penetrou-a com vontade.
Depois de mais alguns tempos de transa e de Lisy satisfeita. Ele
virou-se para cima. Acendeu o clássico cigarro. Bebeu um gole de Whisky. Ela
ainda extasiada e confusa perguntou:
- Você é louco?
- Surpresa, minha cara. Eis minha arma no sexo. Surpresa e estilo.
Lisy não sabia se ficava contente com isso. Ou se devia espalhar para as
outras. Mas Henrry já sabia o que ela estava pensando. Conhecia a todas.
Conheci-as na primeira foto que batia. Então disse:
- Segredo, cara mia. Segredo. Ou nunca mais te faço gozar. Surpresa. É
isso o que eu faço.
Ela concordou com a cabeça.
Num relance de segundo ele a empurrou da cama.
- Vista-se. Vá embora. Tenho coisas a fazer. Uma garrafa ainda quase
cheia.
- Mas... que ... que, que eu fiz? Algo errado?
- Apenas se vista e vá.
“Surpresa” - Pensou ela. E retirou-se.
Quando ela bateu a porta. Henry ria. Ria desesperadamente. A garrafa
numa mão o acompanhava no balanço da risada.
Ele pensava: “Haah! Surpresa! Sempre surpresa para elas. Tão simples.
O que seria delas sem mim. Sem o rei da surpresa.”
Continuou a beber até cair no sono. No outro dia tinha mais a
surpreender. Mais pessoas. Mais mulheres.
Pensava: “Humanos tão facilmente fáceis de serem surpreendentemente
surpreendidos. I'm the Guy. I love myself.”
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