QUEM É VOCÊ?


Quem é você? Quem você é realmente? Que perguntas você deve se fazer para ter uma resposta? Primeiro pense em que universo você vive. Ou acha que pode saber quem é você, se sequer sabe em que universo se encontra? Aqui você pode acreditar na Física ou em alguma explicação teológica. Mas cuidado! Tentar conciliar Albert Einstein com São Thomas de Aquino vai gerar muitas contradições. Agora que você sabe em que universo você vive (ou acredita viver), chegou a hora de questionar em que lugar do universo você está. Talvez você acredite estar em um lugar muito privilegiado, onde o Sol, a Lua, os errantes e todas as estrelas giram em torno de você ou talvez você insista acreditando na Ciência Física e então você está em um pálido ponto azul que é um pequeno planeta orbitando uma pequena estrela em uma pequena galáxia. Agora que já sabe em que universo você está e já sabe em que lugar você está neste universo, chegou a hora de questionar que tipo de coisa é você. Aqui pode continuar agarrado em São Thomas de Aquino e acreditar que é um animal racional e cheio de privilégios, mas caso tenha escolhido Einstein lá em cima, agora é altamente recomendado se abraçar em Charles Darwin.

Supondo que aceite a teoria da evolução das espécies, você é só mais um animal com certas vantagens evolutivas, como modificar a natureza pelo seu trabalho e a linguagem proposicional, tais vantagens foram moldadas pelas contingências da seleção natural, sem nenhum princípio teleológico, e você e toda sua espécie são tão evoluídos quanto as baratas, afinal, humanos e baratas tem se perpetuado.

O que chamei de “contingências da seleção natural” pode ser entendido como a história da vida na Terra. Tudo o que aconteceu desde que neste pequeno planeta, por pura contingencia das leis pelas quais a matéria se movimento no cosmo, um pedaço de matéria acabou ficando em uma combinação tal que replicou a si mesmo, até agora. Ok, mas a forma de vida da qual você faz parte detém certas peculiaridades, não detém? Pois então, para além da história da vida, temos a nossa própria história, a história de nossa espécie! Tudo o que aconteceu na História da humanidade foi moldando as condições materiais nas quais você nasceu imerso!

Pense em que ano você vive, pense em que país você vive, que língua se fala neste país, toda a história de sua família, de sua nação, de sua cidade, a história da própria língua que fala... Mas por enquanto este tudo meio universal, não é? Vamos para o que há de particular em você! Olhe para si mesmo, pense se é feio ou bonito, gordo ou magro, saiba que os juízos estéticos possuem sua própria história, mas agora apenas olhe para si mesmo e pense nisso. E aí, pensou usando palavras, não foi? Pois é, você pensa usando palavras! Agora faça uma lista de todas as palavras que você conhece, todas mesmo! Olhe para esta lista e contemple a sua possibilidade de pensamento, afinal, pensas usando palavras e a combinação das palavras que conhece é toda a possibilidade de pensamento que existe em você!

Vamos recapitular: Você está em um universo físico, logo você tem a impressão de estar sempre sendo puxado para baixo graças ao efeito da gravidade (é por isso que você não consegue cair para cima também). Ok. Você e um ser vivo e possui todos os instintos e metabolismos acumulados em você. Ok. Você é um ser humano, falante e localizado no tempo, tem toda a história da humanidade antes de você e só conseguirá entender seu lugar na história de sua espécie se compreender um pouco de História. Ok. Você também é um ser pensante e pensa com as palavras que conhece no modo de usá-las que aprender. Ok. Você é a soma de tudo isso! Resumindo: Olhe para a sua carteira de identidade e leia seu nome, pois é, você é esse cara.

Já estava quase esquecendo: Que tipo de sexo você gosta? Afinal, você também é sujeito de uma sexualidade é o sexo é umas das partes mais importantes de nossas vidas! Aqui é difícil concordar com São Thomas de Aquino, não é? Se aqui você responder que é sujeito de uma sexualidade hotfritoliana, por gentileza, volte para a questão um e volte a questionar em que Universo você vive.

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