‒ Um passo adiante! Bradou alto o homem grande a minha frente, usava um
uniforme verde alguma coisa, esteticamente deplorável e ridículo, na minha
humilde concepção. Fui-me. Sonolento. Ressacado. No bolso da casaca, um pequena
garrafa contendo um pouco de vodka barata. Meu olhar era melancólico,
absorto e patético. Não queria nada. Nem confrontar aquele ser hediondo.
‒ Seu mariquinhas, vai aprender a ser homem.
Apático, envolvido em minhas sinapses escatológicas e nonsense’s, eu com nada me importava. Talvez, um pequeno incômodo com a saliva que daquela bocarra. Pensava eu: já estou com saudades de empinar a garrafa, balançar o leque e pensar sobre coisas irreais. E criar teorias new-ciber-punk sobre a nossa existência humana.
Mas a guerra aproximava-se. Eles queriam meus membros jovens e minha mente. Essa última seria difícil de conquistar, tendo em vista que eu mesmo dela perdia-me.
Nesse instante algo bizarro aconteceu. Meu pênis saiu de mim. Transfigurou-se.
Um pênis humanoide prostrava-se diante do batalhão. E enxovalhava o
general, o grande homem de uniforme escroto diminuía. Meu Pau bradava
um discurso pós-moderno libertário que enchia-me de orgulho.
Falava de sua vontade de ser beijado por homens e mulheres e outros seres. De repente ele transformou-se em uma buceta. Uma bela e gostosa buceta. E mijava na cabeça de todos os presentes. E bradava um discurso pós-moderno libertário.
E o pau que virou buceta, agora transfigurava-se em coração. E mais adiante em cérebro. E todos bradavam o discurso pós-moderno libertário.
Mas eis que depois, a transformação foi estomacal. Meu estômago, ali presente, lançava jatos ácidos e queimava os pequenos humanos que corriam desesperados.
No fim de tudo, meu estômago engoliu-me e eu não fui para guerra.
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