EDITORIAL - SEXTA EDIÇÃO!

A pureza perdida e mantida em meio ao esplendor da Natureza ativa e passiva e o estranho mundo de um flautista chamado Flautista, de um touro chamado Touro e de um tempo chamado Tempo, mesclam-se à antiga brincadeira da infância (em uma abordagem Hotfritoliana).

A fonte do prazer pode surgir das ações mais inocentes e tornar os puros impuros, pois o Tempo nos furta a beleza da infância, portanto devemos ser rápidos e aproveitá-la enquanto ainda a temos. A triste verdade.

A Hot 6! não possui objetivo algum. Se você busca aprender algo com os nossos textos, encontrar alguma verdade aninhada em meio ao caos textual abaixo, deslumbrar alguma lição de moralidade ou algo parecido, dê o fora, está no lugar errado. Aqui o caminho é o ócio e o gozo do agora, a negligência e a imoralidade. Se isso que quer, coma e regurgite nossos contos!

A FLORESTA NEGRA


A Floresta Negra, amaldiçoada por seres cuja nossa compreensão não é capaz de alcançar, em uma era anterior ao nascimento dos deuses.

Nela vaga uma pobre menina, a neblina e o orvalho não a impedem de continuar, tão pouco os gemidos das árvores em eterno lamento.

A menina vaga nua, no dia do seu décimo segundo solstício, seus cabelos lisos e loiros deslizam por seu corpo puro e seus olhos determinados a seguir em frente parecem não enxergar todo o perigo que a cerca.

CALCINHA ROSA


Calcinha rosa, defecada. Havia alguns pêlos. Tomei em mãos, olhei com atenção, tive vontate de cheirar, não cheirei (afinal havia esterco ali, esterco humano). Tinha treze anos, a dona da calcinha, não a calcinha (ora! pensas acaso que sou um “geriatrifilo”?). Quase no ponto... se não fosse minha parente a comeria. Ora! Que importância tem!?

O DIA EM QUE MATEI A VELHINHA DOS DOCES (RELATO DE UM HOMEM ESTRANHO)


Eu tinha 12 anos. A vida era bela. Morava com meus pais. Sempre cercado de amor e carinho. E ainda tinha uma vizinha muito querida.

Era uma típica vovozinha.  Grampo no cabelo grisalho. Mãos enrugadas. Boca murcha e ressecada. Era também excelente doceira e especialista em puxar bochechas de menininhos como eu.

Eu a visitava com frequência. Ela sempre me esperava com uma mesa farta de comes e bebes.  Doce das mais variadas formas e sabores. Eu comia feliz olhando para a velha senhora. Mas apesar de tudo, havia nela algo que me incomodava.

TATATÁTUM


Nasci diferente... Nasci tatatátum.

Nasci pro mundo errado, aqui não me entendem, aqui são todos tchuimtchuim...

Tratam-me mal porque sou diferente, mas tenho orgulho de ser tatatátum.

O FLAUTISTA


Vivia num campo de cogumelos, o Campo dos Cogumelos Elísios. Ali o Tempo não ia nem vinha, ficava onde estava; inerte e preguiçoso, só mais vadio que as horas que cismavam em nada fazer era um tal de Flautista, era esse mesmo o nome, ao menos era por esse substantivo próprio que ele atendia quando era solicitado pelo seu exótico harém.

ALICE NO PAÍS DA PERVERSÃO PARTE II - ELEFANTE COLORIDO


De repente do caos se fez mais caos. E o mundo da pequena girou. Vestido. Laços. Sapatilhas. Tudo voou. Elefantes dançavam com seus falos pendendo de um lado para o outro. A menina não sabia o que fazer. Um elefante adentrou o lugar e começou a dizer:

- Acalmem-se crianças. Temos visitas! Parem! Parem com a dança. E olhou ternamente para Alice.