TE CUIDA, NEGO!


Então, eu tava ouvindo Chico; por me deixar, por deixar, pelo prazer; pelo etc... Poucos sabem, aquela vida carioca suja e mal feita... mas não só por lá, por toda parte; a virtuda é coisa tão rara que povo algum tem o direito de revindicá-la, nem que seja mera distorção da mesma raça.

Nessa parte, que um certo professor que eu tive não gostava de falar (não somos raças! Não somos cães! Portanto não podemos ser tratados como tal!), gostava ele de bradar, como o resto da cachorrada... Bem... Nessa parte sigo ouvindo Chico, esse conto em verdade trata dessa cara, coisa simples, sem sofisticação; é assim mesmo, o cara é só um homem, dos bons, mas ainda um homem. Paro de enrolar e mando uma história VERÍDICA sobre o tal Cara:


Foi minha primeira vez no Rio. O lugar é uma merda. Não tem qualquer relação com aquilo que voc... ou melhor (pra manter o dialeto)... com aquilo que tu vê na novela: as praias são sujas; a conversa é suja; a verdade é rara; as letras são falsas... Mas a morte, essa sim é farta, vi um ou dois cadáveres (nem lembro, eram tantos...).

É bem aquilo que a Construção fala: a mulher é a única; atravessando a rua com seu passo bêbado; as quatro paredes... E aquela coisa toda (assim eu fico mais parafraseando Chico do que escrevendo... Mas quem pode resistir?).

Voltemos à verdade... Então eu estava no Rio, num bar qualquer, sem pretenção, tomando uma cerva, como um cara qualquer; bem... Eu sou um cara qualquer... Ai eu vi um cara estranho, do tipo daqueles que eu TINHA visto em algum lugar, talvez em alguma revista, na hora não pensei muito, fui "logo chegando":
      
- Te conheço?
     
- Talvez... (dê o fora...).
      
(Só olhei, curioso).
      
- Tá afim?

- Do quê?

- De uma foda, porra!

- Vamos lá...

Por que fiz isso? Sei lá! Ele era Chico Buarque, porra!

Quando eu vi tava de quatro. O cara meteu legal. Até gostei, mas confeço que só deixei porque o cara era o Chico, com outro não rolava. Então perguntei (já tava com insônia):

- Tu é o Chico, né?

- Bem...

- Bem, o quê, porra!

- A porra tá ai...

- Como é?!?!

Cortei o cabeça do cara, as duas. Hoje tô em Bangu. Valeu a pena, literalmente; que merda... Ou melhor, que porra.

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