O mundo
mudou, o Universo mudou, um certo pontinho azul, outrora chamado Terra, não mais
existe. O acúmulo de metano oriundo das flatulências bovinas pos fim a tudo
quando uma grande nação daquele pequeno planeta resolveu usar a cupidez humana
em favor de mais uma guerra sem valor: todo os gás queimou, depois explodiu por
conta de algum tipo de reação química estranha às leis (como eles chamavam
mesmo???) da ciência que passaram milênios desenvolvendo. Lorimu, O Magnta do
Petróleo, foi o único sobrevivente daquela tragédia cósmica. Na ocasião havia
se recolhido para a Lua do dito planetinha, lá tornou-se o maior explorador de
Petróleo Lunar do Universo Conhecido.
Em tempos
remotos esteve envolvido na extração de um tipo inferior de ouro negro numa
região conhecida como BraZil, por alguma razão algumas pessoas preferiam
escrever Brasil, apesar de hoje os estudiosos da área de Povos Primitivos da
Era da Hipocrisia saberem que a letra correta era o Z, pois os habitantes
estranhos desse país relegavam sua riqueza a um certo EUA. Localizado ao norte,
tal povo mantinha a tradição de ignorar os desejos de outros povos, por mais
simples e lógicos que eles fossem. Mesmo o Sistema Internacional de Unidades
(SI) da dita "ciência" eles
negavam a usar, pois seriam obrigados a comprar 453,6 gramas de geléia ao invés
de 1 libra, a propósito a coisa chamada ciência era uma área infestada de
falhas grotescas, chegaram mesmo a afirmar que a velocidade da luz era
insuperável... Pobres ignorantes! Com concepções tão atrasadas jamais chegariam
a assistir uma mundana corrida de dragsters categoria dobra 3!
Como o
protagonista da nossa história é o único terráqueo remanescente no Universo,
vamos nos ater um tantinho mais em certas manias daquele povinho autointitulado
humanidade...
Na Terra
as pessoas gostavam de falar sobre coisas estranhas e fazer coisas estranhas:
reclamavam da desigualdade econômica, mas corriam como doidos para inscrever-se
em coisas que eles chamavam "Concursos Públicos", nesses cargos recebiam
salários absurdamente superiores aos demais cidadãos, tais proventos eram pagos
com impostos, mecanismos de subtração do erário público dos quais a população
passava a vida reclamando por serem elevados em demasia. Gostavam também de
apostar num certo jogo de probabilidades, cuja equação de fácil resolução
achavam indecifrável, no qual uma pequena parcela da riqueza de um grande
número de pessoas era recolhida e dada a outra; chamava-se loteria. Mesmo com
esses hábitos falavam uns aos outros que a igualdade era o objetivo final de
seus intrincados e ineficientes sistemas de governo.
Eram com
certeza amantes do paradoxo. Desenvolveram uma série de leis econômicas, a qual
chamaram capitalismo, a ideia era a seguinte: uma pequena parcela da populção
cuidaria da riqueza do restante da gente, para tanto usariam instituições
chamadas bancos, igrejas, democracias, redes de fast-food, emissores de tv,
boates e países. Em troca a maioria da população moraria em casas menores,
receberia menos dinheiro (entidades físicas e virtuais as quais era atribuído
imenso valor, a propósito, os humanos adoravam valorizar coisas bizarras como
cantores teen de pop rock e pessoas desconhecidas cujas quais chamavam
"artistas"), não precisaria usar o cérebro (aparato biológico
composto por uma rede de células boçais chamadas neurônios que eram estimulados
por pulsos elétricos; dizia-se ser usado para "pensar", apesar de
encontrarmos na História da Humanidade pouquíssimos exemplos de casos em que a
dita peça fora de fato usada para aquilo a que se propunha) e ganharia um tipo
de substância nutritva chamada panis, além de poder frequentar um local
conhecido como circus.
Estranhamente
os líderes dos inúmeros povos da Terra, eram literalmente milhares, odiavam a
ideia de ensinar aos seus semelhantes os detalhes das regras que regiam a vida
em sociedade. Evitavam discutir sobre os problemas do dito capitalismo, apesar
de pregar serem democratas; outro mero conjunto de regras no qual todas as
pessoas detinham direitos iguais apesar da maioria esmagadora receber parcelas
significativamente menores da riqueza total. A justificativa era a de que
certas pessoas eram pobres porque não haviam se esforçado o suficiente, dai
vinham vários exemplos de miseráveis que haviam se tornado milionários, como um
tal de X, que ficou rico vendendo cadaveres de uma ave batizada de frango; o
estranho é que certas pessoas não tinham nem oportunidade de tentar, já que
padeciam vítimas da falta de panis (principalmente no lugar conhecido
como África), aparentemente a pequena possibilidade de adoptar a riqueza geral
tornava a incrogruência lógica aceitável aquela primitiva forma bipedal de
vida.
Lorimu
havia há muito descoberto tudo o que ai em cima se diz, por isso na primeira
oportunidade que teve resolveu retirar-se da ernome bomba de flatulência na
qual seu planeta natal havia se tornado. Ficou triste e feliz ao mesmo tempo
com o ocorrido, não tinha parentes pois fora criado em laboratório com o único
propósito de explorar coisas alheias (como manda a natureza dos humanóides dos
quais seus genes foram extraídos), talvez por isso tenha sido mais fácil
aceitar a tragédia, que muitas espécies do Universo consideraram uma dádiva,
dado o cheiro nausebundo exalado pela Terra nos últimos tempos.
Mesmo
satisfeito com a produção de Petróleo Lunar, que já se expandia a inúmeras luas
ao redor e ao não-redor do universo, o Magnata do Petróleo Lunar sentia-se
triste. As espécies que habitavam o Universo eram muitas, mas nemhuma delas
conservava a mesma forma de reprodução que o último humano. Muitas espécies, já
satisfeitas com o grau de evolução genética alcançado (e de saco cheio das
infindáveis batalhas na Guerra dos Sexos), decidiram abandonar a reprodução
sexuada em favor a assexuada por bipartição, por conta disso o número de orgãos
genitais no Universo decrescera estrondosamente, assim como os casos de
assassinatos oriundos das crises de TPM causadas por tubos abertos de pastas de
dente e bordas de vasos sanitários levemente urinadas.
A
tristeza do Magnata foi aumentando, ele tentava satisfazer-se consigo mesmo:
balançava seu falo de lá para cá, mas não sentia nada. Tinha quase toda a grana
do Universo consigo, mas era a mais infeliz das criaturas. Sozinho, imerso na penumbra,
observando uma bela chuva de meteoróides que se precipitava sobre a varanda da
sua mansão no cometa Halley, Lorimu pensava: "o que fazer?" A
resposta veio de onde ele menos esperava: uma tralha velha e mal feita na qual
os seres humanos costumavam gastar pelo menos um quarto da vida assistindo
coisas que definiam somente como "legais": tratavam-se de programas
nos quais homens de aparência estranha falavam sobre as mazelas da sociedade
por tempo limitadíssimo e violência e suxualidade por tempo longuíssimo
enquanto exemplares femininos de humanos faziam gestos repetitivos de modo a
explicitar seus atributos atrativos; o nome da tranqueira era televisão.
Lorimu
guardava a tralha mais pelo seu valor histórico do que por sua utilidade
prática, há muito a televisão havia sido substituída por sistemas de
comunicação menos invasivos, manipuladores, alienadores, dissimulados,
corruptores, pseudo-educativos, com melhores programas de domingo a tarde e
menos novelas. O sistema mais famoso era o Intro-TV: os programas eram gerados
com base num banco de dados universal que compilava a imaginação de todos os
inscritos no sistema de forma a gerar atrações feitas sob medida para cada
cérebro ou orgão correlato. Como o Magnata ansiava somente por uma Fritola, de preferência
Hot, o citado sistema não lhe servia, além de ele ser o único ser sexuado do
Universo. Mas lá na velha tv surgia uma figura sublime, transcendental, bela,
orgiástica, dentre outros adjetivos. Ela se autoproclamava a Rainha
Intergalática, Senhora do Universo Conhecido, Desconhecido e a Vir a Ser
Conhecido; acavaba de decretar um Golpe Militar Cósmico e executava em rede
Espaço-Temporal todos os que ousavam opor-se a ela.
O Golpe
propriamente dito não causou surpresa ao nosso cabisbaixo personagem, eles
aconteciam pelos uma menos uma vez por semana, o que lhe chamou os olhos para
aquele tubo de raios catódicos fora os meios pelos quais a nova Rainha
executava os rebeldes: com a ajuda de um serrote de luz, ela abriu fendas,
enquanto ria loucamente, no ventre de
alguns prisioneiros; em outros foi introduzido na altura da cintura simuladores
fálicos, em seguida iniciou-se uma orgia macabra na qual os primeiros eram
obrigados a penetrar os segundos. Foi então que a lunática Rainha leventou o
vestido e começou a roçar uma coisa que há muito o nosso solitário Lorimu
ansiava: friccionava ela uma xabranha, uma pepeca, uma tupilinha, uma birda, uma champola fedengosa, uma chavasca, uma bruchove, uma buceta, uma vagina, um orgão sexual feminino, uma
Fritola, uma Hot Fritola! O Magnata do Petróleo Lunar viu seu membro
enrijecer-se instantâneamente, nem teve tempo de marturbar-se, ejaculou só com
a força da mente.
Seria
aquela Rainha sádica e sensual realmente a última Fritola do Universo? Ela era
humana ou tudo aquilo não passava de uma farsa?
Continua
em "A Rainha Intergalática - Parte II - A Última Vagina do Universo"
e termina em "A Rainha Intergalática - Parte Final - A Última Transa do
Universo".
Nenhum comentário:
Postar um comentário