Acordo com o despertador tocando, desligo-o e viro-me para acordar meu marido.
Em todos esses anos de casamento ele nunca conseguiu acordar com o despertador, o despertador sempre me acorda e então eu acordo ele, digo, acordava.
Encosto em seu ombro, ele estava virado para o outro lado, nenhum sinal.
Insisto... O despertador no meio da madrugada servia para ele tomar os remédios que precisavam ser nesse horário, temia que isso fosse acontecer a qualquer noite.
O que será de mim agora? A solidão me acompanhará pelo resto de minha vida e é a última noite que tenho o corpo de meu marido ao meu lado.
O corpo dele já estava começando a esfriar, fico feliz que tenha morrido dormindo.
Óbvio que não consigo segurar as lágrimas, mas jamais achei que fosse ficar tão calma...
Ele não sofreu, tivemos uma vida juntos e fomos felizes, sei que em breve meu corpo estará enterrado ao lado do dele no cemitério desta cidade.
Eu o abraço, abraço-o forte pela última vez...
... como lamento ter mentido que estava com dor de cabeça antes de ele dormir.
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