EDITORIAL - DÉCIMA PRIMEIRA EDIÇÃO

Antes de mais nada. Encha o copo. Erga-o. Beba de uma só vez. Encha de novo. Depois grite desesperadamente. Deixe tocar ao fundo "Noturno em DÓ sustenido" do Chopin. Não dê bola para anjinhos travessos e pervertidos. Corra até a festa mais próxima e faça sexo. Não deixe mulher, nem homem sem ter prazer. A falta disto pode acabar com o mundo. Se conheces uma ninfeta insáciavel sexualmente, COMA-A. 

Ela pode acabar tornado-se dona do universo. Se alguém vier lhe falar de imortalidade. Ria. Ria na cara da pessoa. E mande ela se masturbar. A morte é nossa companheira. Gozaremos com ela... nela por ela no fim de tudo. Evite buracos. Mas caso caia em um esteja preparado para o pior. Mas nunca esqueça que é um ser humano. Beba. Coma. TREPE. Depois fume um cigarro. Hummm... não tenho mais nada a dizer. A merda toda já foi dita. Tem mais um pouco ali... nas postagens. Acho que dá pra sacar a ideia.

A VIDA DÁ À MORTE UM STATUS DIVINO


Seus movimentos determinados por amarras cor de anil, no céu um brilho que jamais existiu.

Sua fome e sede eram atos de vaidade, como se não fossem expressões de sua vontade.

Em unidade com o cosmo, sentia-se zero. O zero em comunhão com tudo aquilo que é belo.

Se for verdade todos são loucos, sorria maravilhado. Pobre, sem saber o que havia ao seu lado.

Amarrado! Amordaçado! Fudido! Quebrado! Pisoteado, esquartejado, morto, muito morto, mais que morto, em pedaços atômicos quebrados – estava sua consciência presa ao Uno imutável.

O mundo é a maior de todas as loucuras, a verdade é a maior de todas as mentiras e a morte é o único fim.

A RAINHA INTERGALÁTICA - PARTE II - A ÚLTIMA VAGINA DO UNIVERSO


Desde pequena sempre fora meio depravada. Os ursinhos não usava (todos pandas de pelúcia) para apertar e brincar, e sim para satisfazer-se sexualmente. Aqueles com as linguinhas de fora eram os que mais se divertiam... As bonequinhas? Essas passavam dia e noite em orgias intermináveis enquanto seus namoradinhos bonequinhos sodomizavam uns aos outros como só os bons pederastas sabem fazer. O termo "rosofilia" fora criado por causa dela, pois sentia um estranho prazer sádico em introduzir hastes de rosas em sua Fritola enquanto apreciava o célico aroma das pétalas escarlate tomando suas narinas.

A mãe sempre achou estranho aqueles hábitos, mas na época estava preocupa com outros assuntos: como os recorrentes problemas de funcionamento do Reator de Energia Geonúclea instalado no interior da Terra; o destino da última árvore em cativeiro; o preço das bolsas na próxima liquidação; as variações no câmbio intertemporal e o que fazer para o jantar. Nada demais, afinal, desde a invenção do estado e dos institutos modeladores de cérebros (escolas), os pais não precisavam mais se preocupar em cuidar dos filhos.

O BURACO


Quando Clara morreu. A coisa piorou. Antes estávamos todos a espera da morte. Agora convivíamos com ela. Restava eu, o porco e Rex. Comecei a chamar o porco de Ronk. Não consegui ser mais criativo, mas precisava nomeá-lo. Sentia esta vontade.

Aquele buraco era horrível. A lama se acumulava sob nossos pés. Fedia. Ronk e Rex faziam suas necessidades ali mesmo. E às vezes comiam-na depois. Eu não ia aos pés já fazia seis dias e meio. Apenas mijava um canto. Clara também só havia mijado.

Agora já se passavam três dias que Clara nos deixara. Estendi seu corpo da maneira que pude. Ficou meio curvado, escorado numa das paredes do buraco. O buraco não era muito espaçoso.  Mantinha-a ali por três motivos: Primeiro: jogá-la para fora do buraco era impossível. Segundo: enterrá-la despenderia muita energia. E terceiro: seu corpo ali ajudavá-nos a nos aquecer. Nos amontoávamos junto ao seu corpo toda vez que a noite chegava. Fria. Triste. Desesperançosa.

ENERGIA SOCIAL = 0


Então tudo se repete: a noite comum, as pessoas comuns, a busca comum... Todos ali, perfilados de acordo com a moda da festa da moda, com seus tipos comuns, ensejos, buscas e tudo o mais. Fico num canto da boate, só olhando. Ali no canto tem um cara, é meio gordo, mas forte, parece que tem dinheiro. Carrega uma cerveja, como a maioria das pessoas. Olha de um lado ao outro, parece que em busca de alguém que nunca encontrará.

Há também muitas mulheres. Todas impecavelmente arrumadas. São como os homens, mas sem a cerveja e com roupas mais provocantes. Esperam, esperam e esperam... A noite inteira encostadas numa parede ou grupo ou coisa parecida. Vez ou outra alguém vai lá e fala com ela. Alguns são ignorados, outros são ouvidos; o método de seleção é o mesmo das hienas: nesse mundo o podre prevalece.

“Isso tudo não passa de um ritual fajuto!” Penso comigo. “O que eu tô fazendo aqui?” Chega a dose, com atraso. “Ah, é isso...” Uma loira encosta no balcão.

“Me paga uma bebida?”

“Me paga um boquete?”

A MORTE DA MORTE


Certo dia a morte morreu, já estava velhinha a pobrezinha.

Muitos anos boas notícias ela espalhou, com muitos ela xadrez jogou.

No lugar para onde os mortos vão, agora estava a Morte, feliz sorri pela festa de recepção, no lugar todos eram conhecidos, mas alguns não vieram lhe dar a mão.

O CASTIGO DOS ANJINHOS


Escrevia sobre uma pequena criança com poderes paranormais. De repente sentiu o sangue escorrer pelo nariz. Um par de pequenos cavalos, mais ou menos da altura de 20 polegadas, cruzou na sua frente.

Um odor forte e estranho pairou no ar. Sentia a presença da morte. Uma canção metalizada entrava em seus ouvidos, um trombone atonal embrulhava tudo. Uma voz rouca sussurrou algo: “hrtsortstrtsfrtsrrtsIrtstrtsortsLrtsa”. Não compreendeu.

Pequenos anjinhos dançavam a sua volta. Tinham um olhar LUNÁTICO.  Percebeu que brincavam com um objeto cilíndrico. Seu pênis. Tateou o meio das pernas. Entrou em desespero. Sangrava. Seu falo fora arrancado.

Os anjinhos introduziam o pênis ora no ânus de um, ora no de outro. Sorriam. O sangue que pingava do falo morto pintava os pequeninos celestiais. CELESTIAIS!? Apesar da beleza angelical, pareciam TORTURADORES enviados do inferno.

Não tinham SEXO. Ou melhor, agora tinham o sexo dele. Devia ter parado de escrever sobre estas coisas. Mas a vontade lhe era mais forte. Precisava. As ideias brotavam em sua mente. As imagens. Pequeninos endiabrados.

Tinha medo. NOJO.  Repulsa. Mas fazia. Um prazer estranho lhe possuía no momento. Agora agonizava. Os cavalinhos corriam em círculos. Pareciam desejar ser um carrossel.