EXCERTOS DE UM DIÁRIO – MINH’ALMA JOVEM E VELHA


Não fosse essa vontade ferrenha de chupar um grelinho, minh'alma estaria mais morta do que já está.               
Salva-me? É isso que eu pedia a todas as mulheres que fizeram sexo comigo, nem todas, eu exagero, algumas eram estritamente sexo. Mas é o que eu peço sempre que faço sexo. Quando me masturbo é o que eu peço a minha imaginação: salva-me.

A fumaça do palheiro arde em meus olhos. Os gatos me olham e não dizem nada. E eu digo salvem-me! Mas os gatos não dizem nada. Mas me salvam parados com a sua beleza contemplativa. E a fumaça salva. E, no dia da ressaca, o café salva. E alguém me dá um copo de vinho. Um copo, apenas um, não me salvará.

Rabisco desenhos na parede. Isso me salva. E penso em masturbar-me. Mas não encontro um vídeo que sirva às minhas vontades sexuais. E deixo a masturbação para outro dia. Talvez amanhã.

No tilintar da aurora, vai-se indo o sol. E eu penso: Hasta sol! E ele sorri desavergonhadamente e ofende-me com uma palavra qualquer. E fico na esperança de que chegue logo o outro dia e que acabe logo, tão rápido quanto chegue.


Minhas noites são eternas e saem pelo meu cú e roem o meu coração, que palpita desesperado os resquícios do álcool que acalora minhas veias, e assim surgem os pesadelos noturnos.

Lembro das minhas pequenas e vou ficando de pau duro. E isso não é nada poético, mas cabe neste escrito. Sinto em minhas mãos resquícios do cheiro de buceta. E assim, faço mais poemas e choro de amor pelos grelinhos, pelas bundas e pelas peles macias.

Ah! Lembro da primeira vez que toquei em uma vagina. Lembro vagamente da primeira vez: a embriaguez tomava conta de mim, praticamente deixei-me ser engolido pelas carnes quentes e úmidas. E foi assim, em uma praça qualquer, que adentrei as entranhas do amor. E a vida veio forte, numa ejaculação brutal e bela.

Mas falava da primeira vez que toquei em uma vagina. E nessa vez, não penetrei nada com o meu pau. Eram desses grudes de adolescentes. E as mãos desabotoavam as calças, enfiavam-se ardilosas e sorrateiras, por vezes, meio erradas e meio nervosas. E os dedos finos enlaçavam-se em meu pau e desesperadamente friccionavam-o, tentando espremer o líquido do sexo, o elixir da vida. A baba do prazer.

E minhas mãos também bailavam. E iam calça adentro, calcinha adentro e ficavam úmidas na caverna que se abria para o prazer. Abre-te Sésamo  Abre-te. E deixa eu entrar. E morrer nesse mel agridoce. E me afogar nessa secreção de Afrodite. Ah! Por favor, mate-me assim, mate-me com seus orgasmos, assim. Enlouqueça meus devaneios sem sentido.

Depois vinham as horas, e a necessidade de voltar para casa. Para o bem-aventurado lar de família. Como queria só ficar ali, repetindo, repetindo as minhas, as tuas e as nossas carícias. E o cheiro era o que restava. E não. Eu não lavava as mãos. Para reter em minha pele, nas minhas células mortas, o cheiro, o delicioso, saboroso, quente, enebriante, desesperador, apaixonante cheiro de bucetinha.

Ah! Juventude das ereções desejadas. Agora fico de pau duro sem nenhuma vontade. Ele se enrijece e fica ali, lembrando-me que o sexo é bom. Mas raras são as que me fazem destruir-me a alma numa bela gozada. Ah! Ereções furtivas, de pecado infantil, cheirando a calcinha de minha prima.

Masturbação escondida, furtando as revistas de mulheres nuas de meu falecido avô. Um completo planejamento para não ser pego. E as fotos de belas damas com pelos emoldurando a racha. E as fotonovelas, em preto e branco, que muito me excitavam. Ah! Toque-toque gostoso.

Assim, eu ia vivendo. Agora o limbo da realidade explícita pesa-me na alma. E me obriga a carregar essa cruz sem pausa. Martírio doloroso esse, e as bucetinhas não vêm me salvar. Chupa-me, assim, vorazmente. Chupa-me. Arranca de mim essa essência patética de viver. Esfrega essa maravilhosa racha em meu rosto. Assim, deixa eu sorver teus pedaços de vida, e envenenar-me em teu sinuoso rebolar. Assim.

Assim, vai-se embora vida, vai e faz nascer em mim só a luxúria, a luxúria, a luxúria…


Psycho Jack, uma boca no meio de um monte, uma garganta no meio de um diabo, 29 de setembro de 2013.

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