Já é tarde. A luz da lua penetra pela janela junto à brisa, envolvendo, entre sombras, meu corpo nu. Uma vela acesa, trêmula, reflete a imagem de garrafas vazias e papéis sobre uma mesa velha. Cá estou. Desejo febril. Meu corpo transpira pelos poros memórias gravadas no âmago. Meus cabelos, bagunçados, levemente movimentados por essa brisa, caem sobre meus ombros, e além, numa tentativa tímida de ocultar aquilo que a natureza não considera obsceno. Caminho descalça por entre os tacos que revestem o chão dessa cabana que oculta meus segredos, enquanto a penumbra faz aparecer na parede as curvas de meu corpo, num movimento suave como o balançar das árvores. Recosto-me na janela, onde meus ombros refletem a alvidez do luar, imitando-a e captando do astro lembranças ocultadas pelo silêncio da noite.
Dentro do rio, nossos corpos colados, você me abraçava por trás, tocava meus seios, acariciando-os, beijando meu pescoço... Uma de suas mãos escorregava pelo meu corpo, passando pelo meu abdômen, coxa, vagina... Enquanto, por instinto, com uma mão tentava sutilmente conter aquela que apalpa meus seios, a outra o segurava pelo pescoço, atrás, para que não parasse de me beijar. Acariciava seus cabelos, em sua nuca, conforme a intensidade de meus suspiros... Até que, então, virei-me de encontro a você, dando-lhe um longo e intenso beijo.
Saimos do rio, ainda em meio às carícias. Não havia como determinar o ponto onde começava o seu corpo e terminava o meu. Deitei meu corpo sutilmente sobre o solo, ao mesmo tempo em que, cadencialmente, o seu inclinava-se sobre o meu. Seu corpo estava totalmente entre minhas pernas, sobre mim, e seus lábios iam, sutilmente, descendo pelo meu corpo... Boca... Pescoço... Ombro... Seios... Abdômen... Linha da coxa... Até parar entre minhas pernas. Apoiei-as sobre seus ombros, suas mãos descendo, seguravam minhas coxas, e seus lábios e sua língua permeavam minha vagina. Meus suspiros acabaram por excitá-lo ainda mais. Já estava totalmente entregue a você, já não podia mais evitá-lo. O prazer tomava conta de tudo...
Então, mais uma vez, seu corpo sobre o meu, até alinharmo-nos... Viramos e então eu fiquei sobre você. Beijava-lhe e alinhava-me sobre você, passando meus seios tão próximos à linha de sua face e de seu corpo, que conseguia levemente tocá-los com seus lábios, acariciando-os... Descia por seu corpo com beijos e afagos, passando suavemente meus dedos por você, assim como as pontas dos meus cabelos que o tocavam... Toquei suavemente seu pênis com meus lábios e beijava-o, espaçadamente, de modo que você nunca conseguia prever qual região seria a próxima a ser beijada... Tocava-lhe... Acariciava-lhe... Passei delicadamente meu rosto e meus cabelos por entre suas pernas até beijar mais uma vez seu pênis. Estimulando-o insaciavelmente, cheguei a colocar a ponta da glande dentro de minha boca e chupei-a, mas não o fiz por completo... Ainda não estava satisfeita... Provocava-o com minhas carícias, enquanto você, de impulso, saltou sobre mim, tomando conta da situação.
Prendeu-me, segurando minhas mãos contra o solo. Seus beijos tornaram-se mais intensos e eu estava totalmente rendida... Você começou a penetração, cadenciando sua intensidade com a de seus lábios. Meus suspiros começaram a ser abafados por seus beijos, que então passaram para meu pescoço... Envolvi-lhe com minhas pernas, era como se estivesse presa... Na verdade, estava... E apenas você detinha o controle de tudo...
Cada vez mais intenso, nosso desejo nunca era saciado. Alimentamo-nos um ao outro com nossos corpos, mas quanto mais nos entregávamos um ao outro, maior era o desejo, maior a ligação, maior a frequência de nossos movimentos... Estava totalmente entregue a você... E nós estávamos totalmente entregues a uma força que escapava ao nosso controle... Uma energia sem começo, nem fim... Nossos movimentos interagiam sinergicamente. Não havia mais nada em nossas mentes, estavamos totalmente entregues aos nossos instintos... Poderosos instintos...
Você, então, diminuía a intensidade lentamente... As carícias voltaram a ser mais leves... Olhamo-nos nos olhos... Arrastei-me, tentando me levantar, libertando-me de seus braços, mas você me perseguiu, de modo que eu acabei amparada por uma árvore antiga, bem grosseira, espessa, e você me prendeu contra ela. Estava de costas para você e o fato de ter mudado a intensidade anteriormente não significava que estava me deixando ir... Mas sim que tinha outras intenções – e as alcançou... Você puxou meus cabelos, virando meu pescoço para o lado e beijando-o... Uma de suas mãos, segurando meu corpo contra o seu, enquanto a outra, apoiada sobre o tronco da árvore ansiã. Você começou a me penetrar analmente. Segurei sua mão com uma das minhas e também me apoiei na árvore, desesperadamente, tamanha a intensidade. Você me controlava, ora resistia, ora me entregava... Você nunca sabia o que esperar – e eu também não sabia. Era instintivo, nada podia ser premeditado. Voltei uma das minhas mãos para trás de sua cabeça, como antes, no rio, pedindo para que você não parasse, segurando-o também contra mim.
Respirações descontroladas, suspiros, gemidos... Tudo sempre direcionado pelos nossos instintos... Você me segurava cada vez mais forte, suas ações eram cada vez mais intensas. Até que, sutilmente, foi regredindo... Até acabarmos os dois, abraçados, dessa forma, contra a árvore. Suspiros intensos. Você beijou-me no ombro e apoiou sua cabeça sobre ele... Estava totalmente escorada sobre a árvore e você, sobre mim. Imóveis, a não ser pela respiração intensa e os suspiros que faziam nossos corpos se moverem cadencialmente. E então, virou-me contra você, abraçando-me fortemente, acolhendo-me entre seus braços.
Fomos novamente até o rio, apenas molhar nossos corpos e, molhados, deitamo-nos sobre o solo, abraçados. Voltamos nossos olhos para a lua e as estrelas, que presenciaram, sob sua magnitude celeste, todo aquele espetáculo terreno. Aproximei meu corpo do seu, formando um encaixe perfeito. Voltei a ser sua, dessa vez, para que cuidasse...
Em meio às pequenas carícias, sutis e lentas, compensando os suspiros e a respiração ofegante, ficamos apenas entre beijos e afagos, descansando nossos corpos, repousando... Ficamos assim até pegarmos no sono, juntos, aquecendo-nos apenas com nossos corpos, com nosso sangue – ainda que a temperatura da noite estivesse agradável e amena, protegiamo-nos apenas com nossos corpos, tínhamos apenas um ao outro... Um ao outro e todo o esplendor da natureza ao nosso redor...
Obviamente, pela manhã não cessamos... Acordei-lhe com carícias... Beijei-lhe os lábios... Beijei-lhe o corpo... Você acordou com a ponta de meus cabelos passando, entremeada aos meus lábios, em seu abdômen... Até chegar ao seu pênis... E cumprir com aquilo que apenas insinuei na noite anterior...
Sem desmerecer a bela escrita do conto mais erótico da hot, mas ele me remete sempre ao clássico filme da sessão da tarde "Lagoa Azul". Creio que não é só eu que no início da pré-adolescência tinha este filme como o mais próximo da pornografia.....e é claro dava vasão a imaginação e a pensamentos mais "obscuros e depravados" sobre que acontecia ao jovem e "inocente" casal nas cenas que o filme não mostrava.
ResponderExcluirA lagoa azul, acho que cresci vendo esse filme,era legal,era algo que me prendia sempre que passava... Só sei, que é completamente clássico,enfim.. Muito bom.
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